Ao longo do desenvolvimento, as crianças podem passar por fases que não são vivenciadas de uma forma harmoniosa e que trazem dificuldades à própria e aos que a rodeiam. As crianças queixam-se mostrando o seu mal-estar através do corpo (queixas físicas) ou do seu comportamento. Podem ter uma maior dificuldade para perceberem o que sentem, o que pensam e para compreenderem o mundo à sua volta. Estas dificuldades originam muitas vezes sintomas e problemas que necessitam de uma intervenção psicoterapêutica.
Na ludoterapia a criança manifesta as suas emoções, sentimentos, medos, preocupações, agressividade, insegurança, confusão através do jogo, do desenho e do brincar, sendo que o psicólogo dá sentido a todas as exteriorizações ocorridas. O jogo é uma actividade que faz apelo a todos os recursos da personalidade da criança, na qual ela se exprime e constrói. No desenho, projecta a sua personalidade e a forma como vê o mundo. O brincar permite que se estabeleça uma interacção rica onde está presente o prazer e envolvimento da criança e onde esta expressa os seus sentimentos e emoções.
Problemas frequentes:
- Acontecimentos de vida (separações e divórcios dos pais, a mudança de estabelecimento de ensino, de residência ou de professor/educador, o nascimento de um irmão, o desaparecimento de figuras significativas, dificuldades de integração no infantário/escola, entre outros);
- Queixas físicas (ex: dores de barriga ou de cabeça, problemas respiratórios, suores);
- Dificuldades de aprendizagem, cognitivas e/ou de atenção/concentração;
- Perturbações esfincterianas (enurese e encoprese);
- Problemas de comportamento (ex: agressividade, apatia, irrequietude, entre outros);
- Problemas de linguagem (ex: disfasias, dislexia-disortografia);
- Perturbações ao nível do sono (ex: dificuldade em adormecer, medo de ficar só, sono agitado, pesadelos);
- Perturbações ao nível da alimentação;
- Estados de ansiedade, tristeza, depressão. Medos, fobias;
- Perturbações psicossomáticas (ex: asma, problemas na esfera cutânea).